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<<<< 04.09.2023

carta à l.t.p.

neste exato momento são 00:02 do dia 04.09.2023 e noite passada tive uma tremenda dificuldade para conseguir pegar no sono. um forte surto de ansiedade me atacou, mesmo estando medicado para transtorno de ansiedade generalizado.
esses surtos de ansiedade ocasionais acontecem pois alguns pensamentos ficam tendo um retorno recorrente no meu cérebro ao invés de serem armazenados em um canto escuro do meu cérebro até o eventual esquecimento desses sofrimentos.

dessa vez, o que ficou na minha cabeça foi a dificuldade de digerir o sentimento de "saudade". tem uma pessoa que, apesar de ainda sermos amigos, ao menos eu espero, não temos mais o contato recorrente que tínhamos anos atrás. isso se deve ao fato de estarmos em momentos diferentes da vida e com horários totalmente incompatíveis e eu compreendo isso, porém, quanto mais o tempo passa e nossas interações se tornam cada vez mais esporádicas, eu fico pensando... será que isso vai se deteriorar ainda mais até... chegar a um iminente fim?

existem diversas coisas na minha vida que eu estou disposto a abrir mão. na verdade, acho que estou pronto para abrir mão de diversas outras coisas, só não estou preparado para abrir mão dessa amizade. provavelmente nunca estarei pronto para isso. é a primeira amizade que eu digo que mudou minha vida e que, com toda sinceridade de mundo, gostaria de levar para o resto da minha vida. me arrisco até a dizer, sem medo de pensar que estou sendo leviano com as palavras, que essa amizade salvou minha vida. e, apesar de estar feliz que a outra parte dessa amizade está conquistando tudo aquilo que sempre sonhou, a dor de não estar compartilhando esses momentos de forma mais ativa e presente é muito forte.

uma frase que é bastante compartilhada pela internet e falsamente atribuída alan alexander milne diz o seguinte: "o quão sortudo eu sou de ter algo que deixa tão difícil de dizer adeus?". apesar de não saber o contexto da frase original, sempre que eu penso em amizades de um passado distante ou de amigos do presente ela me vem a cabeça e, com certa dificuldade de esclarecer o motivo, fico irritado com ela. se despedir de algo, ou alguém, tão importante para você a ponto de ser sofrido não é nenhum sinal de sorte... sorte seria não ter que se despedir nunca desses indivíduos. ser obrigado a abrir mão de coisas tão importantes, tão amadas, seria o pior castigo que alguém poderia ter em uma vida tão temporária como a que nós temos.

pessoas são importantes, independente de quão efêmeras sejam suas passagens, somos marcados por cada uma das pessoas com quem já cruzamos. em consequência disso, carregamos sempre consigo um pedaço de cada uma delas, seja isso de forma literal ou de forma figurada. talvez você, a pessoa sobre a qual eu estou descrevendo neste texto, nunca chegue a ler toda essa confusão textual dessa entrada, mas saiba que eu continuo me esforçando, lutando e incapaz de desistir. cumprirei a promessa que fiz de te encontrar em outro momento.

obrigado por tudo que você fez em minha vida. não abrirei mão de tudo que conquistei até hoje e tudo que ainda vou conquistar. mesmo que você esteja longe, eu ainda pretendo te alcançar. então, continue me vendo, mesmo que de longe. sinto sua falta.

venceremos.

avatar que consiste da parte superior de uma cabeça com pequenos chifrer monocromáticos.

me chamem de snyte.

sou um brasileiro residente do estado do paraná.

sou estudante de japonês e gosto bastante de animações.

esse é meu refúgio para o final dos dias da internet centralizada.